domingo, 10 de janeiro de 2010

Criatividade e tanto...




No começo não era tão ruim assim, não dava pra perceber direito porque eu ainda estava meio bêbado meio dormindo, o problema foi quando eu recuperei alguns centímetros da consciência. Aquela maldita ressaca já começava a me afetar. Aquela vontade insuportável de vomitar as tripas pra fora, a boca e a garganta mais secos que o próprio deserto do Atacama e o que é, na minha opinião, pior são aquelas bigornas esmagando o seu cérebro. Mal consegui ver o que tinha ao meu redor quando levantei. Imagino como não deveria estar minha cara: olhos que não conseguem despregar e tão vermelhos quanto o sangue. Fui direto à cozinha e depois de beber inutilmente uns 50 copos d’água percebi onde eu estava:

-Puta que pariu...

Primeiro pensamento. A cozinha estava uma putaria, mas sem vestígios de ilegalidade. Quando eu cheguei na sala o segundo pensamento da manhã veio e, por coincidência ou não, foi igual ao primeiro. A sala estava até bem, a exceção da parede do lado da porta, que tinha uma mancha vermelha enorme. Inutilmente, eu rezei pra não ser sangue.

Bom, agora tudo o que eu preciso fazer é achar o corpo. Será que já o havia enterrado? Saí a procurar nos locais de sempre: armário, quarto de hóspedes, despensa e banheiro. Bem, ou eu inovei bastante ou já havia enterrado o corpo. Mais uma vez inutilmente, rezei pela segunda. Quando cheguei no cômodo que eu usava pra me exercitar foi que eu vi a novidade que eu tinha aprontado.

-Puta que pariu...

Ali eu me convenci: nunca mais ia misturar drogas alucinógenas com drogas estimulantes. Difícil ia ser deixar o vício de lado. Na maldita academia foi que eu vi que meu saco de pancadas estava encostado na parede e no lugar do saco, estava o corpo que eu tanto procurava. Pelo estado do corpo e do saco deu pra perceber que eu estava de saco cheio de bater no saco e resolvi inovar. Queria bater em algo mais parecido com uma pessoa e o que é mais parecido com uma pessoa que uma pessoa? Minha primeira reação a tudo aquilo foi rir. Eu estava cada dia melhor. Perguntava-me se eu a tinha prendido no lugar do saco de pancadas enquanto ela estava viva ou se já estava morta.

Bem, devo admitir uma coisa, todos aqueles hematomas e aquelas manchas de sangue por todo o seu corpo morto me fizeram sentir muito empolgado e excitado, se é que você me entende. A cavidade entre-pernas dela nunca me foi tão atraente, nem mesmo quando era viva. Tirei-a daquele castigo rudimentar de ficar presa pelas costas por ganchos e, depois de devidamente saciado, levei-a para o quintal, onde eu normalmente enterro os corpos quando esse tipo de situação acontece. Eu estava triste, a idéia de deixá-la no lugar do saco de pancadas me parecia tão interessante, mas logo ocorreria aquele inconveniente de visitas e essas coisas. Imagino que isso pudesse assustar as pessoas. Qualquer dia desses ainda vou montar um açougue do lado da minha casa, imagine como será mais fácil: nada de enterrar corpos e ainda vou ganhar um dinheirinho extra. Nossa! Surpreendo-me todos os dias com a minha inteligência e criatividade, são tantas idéias boas.




Tenham um bom dia.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Desejo-lhes...


Um natal muito macabro e um ano novo repleto de homicídios.
Sim, eu sei que estou atrasado quando desejo-lhes um feliz natal, mas na época que era verdadeiramente natal eu, como um bom ajudante da morte, tinha uma lista enorme de pessoas para levar pruma conversa muito séria com o papai noel negro, se é que você me entende.
Enfim, só não pergunto como foi o ano novo de vocês porque não me interessa nem um pouco, mas o meu foi até divertido. Fui a Morada Nova com os meus pais e, como sempre, eu fiquei completamente embriagado. Sempre é o melhor plano, não importa a data, a ocasião, o momento, a importância do evento, mas se você está bêbado, será mais divertido, seja o ano novo, a missa de 7 dias da sua avó ou até cometer aquele homicídio relativamente inocente.
Andei tendo umas idéias tão psicodélicas ultimamente: umas mortes interessantíssimas que fascinariam qualquer assassino em série que conhecesse a cultura cearense. Sempre com o meu regionalismo medíocre, né? Isso ainda vai me lascar.

Desde de que li Laranja Mecânica continuo tendo essas idéias meio loucas e, vocês sabem, ano novo, vida nova (ou mortes novas). Mas, enfim, como o título do blog sugere, eu preciso beber mais. Só eu mesmo pra postar num blog idiota desses uma postagem idiota dessas numa noite idiota de sábado.

Gosto muito de você, meu caro leitor, mas eu vou embora. Tenho mais o que fazer do que entreter-te (na verdade eu entretenho muito mais a mim mesmo que a você, mas enfim...). Fica aí uma reflexão que aprendi na minha temporada em Morada Nova com um grande poeta que, diga-se de passagem, eu não sei o nome, mas é apelidado de Nenovo.

"Você olha um animal gordo e é tão bonito, num é? Você vê uma vaca gorda, uma galinha, uma cabra, ovelha, o que seja e você pensa: 'que animal bonito, que coisa linda', mas agora você vê uma pessoa gorda e não pensa outra coisa, pensa logo: 'meu deus, que coisa ridícula, que pessoa feia'".

Um abraço para todos vocês.

Por trás, claro.

O que queres?