quinta-feira, 25 de março de 2010

De repente vejo tudo melhorar...


Se você tem pudores sociais ou achar que homicídios não são uma forma boa de se divertir, não leia isto. É um texto um tanto quanto forte, principalmente no final. Isto é o produto falho de uma mente doentia. Não estou sendo sarcástico.

Acordei-me cedo de uma noite de insônia. Um pouco entediado, resolvi que ia fazer algo diferente. Mas, eis a maldita pergunta que me atormentou o dia inteiro (ou quase inteiro), o que? Imaginei que poderia fazer algo de diferente no trabalho, mas essa merda de emprego não me permite inovar de maneira nenhuma. Passei a manhã toda martelando minha cabeça pelo fato de ela não estar doendo de uma ressaca, aturar aquilo tá cada dia mais difícil, mas fazer o que? Eu preciso de algo pra negociar, ué, abraços não pagam drogas nem prostitutas nem contas de bar nem a conta do Carlitos, o sujeito que eu costumo pedir pra enterrar alguns corpos que ficam um pouco menos intactos.

Passei a tarde dormindo, sem saco pra fazer aquela mesma coisa de sempre: beber quinhentas cervejas, fumar seiscentos cigarros e cheirar oitocentos gramas da branquinha. Se bem que eu nunca me canso da branquinha. Continuei naquele torpor quase mortal por mais alguns minutos até que a velha rotina me pegou, tive que ir abrir uma cerveja. Bebendo a cerveja, cheguei a uma conclusão bem interessante: é difícil de se achar coisas interessantes e novas pra se fazer quando se é um cidadão que tem como hobbie principal o homicídio. E ainda mais eu, que já pratiquei diversos tipos de homicídio, dos mais simples aos mais grotescos. Meu arsenal de vivências vai do homicídio simples, uma revólver, uma pessoa, às mais bizarras maneiras de se torturar e matar alguém. Gabo-me pelo fato de que nunca me dei ao luxo de fazer certas coisas que considero realmente grotescas, por exemplo, o estupro ou o uso de anestesia. Acho ambas as atitudes extremamente cruéis e só podem ser realizadas por pessoas extremamente doentes. Graças a Lilith, eu não me encaixo nesse perfil. Pessoa extremamente doente. Depois de tal descoberta resolvi acender um cigarro, já pensando que eu ia ser vencido pela rotina.

Depois de ter fumado três dos meus melhores amigos resolvi por um pouco de música, só pra ver se a inspiração fluía e, ó, meus caros amigos, melhor inspiração que o meu bom e velho Johnny Cash não há. Quando ouço-o dizendo que matou um homem só para vê-lo morrer tenho quase um orgasmo. Todas as vezes. Ele fala isso de uma forma tão bonita, tão sincera. Pus o LP pra rodar na vitrola, o meu clássico, Live at Folson Prison. Sentei-me no sofá e comecei a ouvi-lo, como sempre, com meu melhor amigo aceso e a minha eterna amada que nunca me recusa um dos seus beijos molhados e amargos. Continuei com aquilo me martelando a cabeça: o que fazer? Continuei deitado até a quinta faixa do maldito LP, “Cocaine Blues”. Você imagina o que eu me senti na obrigação de fazer ouvindo-a, não? Abri a gavetinha do criado-mudo da sala e peguei o meu saquinho, joguei-o em cima da mesa e na calma e eficiência de um profissional, dei um tiro. A inspiração começava a chegar no terceiro tiro, quando comecei a dar tiros, literalmente, na parede do quintal. Eu sempre confio na minha habilidade de ter novas idéias, sempre são ótimas, mas normalmente vêm quando eu estou em um estado que não é recordado no outro dia sem fotos ou vídeos e, acredite, há vezes que há fotos e vídeos.

Nunca gostei muito das armas de fogo, são tão sem graça, acabam com a nossa diversão antes mesmo dela começar e foi por isso mesmo que eu resolvi sair hoje com a minha boa e velha Retalhadora. “Retalhadora” é o nome carinhoso que eu dei à minha faca militar. Clichê? É, eu sei, mas o que é feito com ela, sim, é muito inovador.

Foi exatamente na hora que eu estava admirando-a que veio, de repente, a idéia. Não era tão carniceira quanto as de costume, mas tinha sua pitada de novidade e valia ressaltar, também, que eu não cometia homicídios a mais de semanas. Pus o plano em prática, tomei um banho, vesti minha melhor Yves Saint Laurent e saí à caça.

Precisava encontrar uma vítima vulnerável física e psicologicamente do sexo feminino, ela teria que gostar da branquinha, deveria ser louca suficiente para dormir na casa de um estranho boa pinta e deveria portar um buraco entre - pernas. Tudo bem que hoje em dia não é a coisa mais difícil do mundo de se encontrar menininha desse jeito, mas é sempre bom ressaltar os pré-requisitos pra vítima. Batizei o plano de Operação Hímen. Eu não sou um gênio? Depois você me responde essa pergunta.

Depois de devidamente pronto, saí para uma baladinha dessas qualquer de sexta-feira a noite, uma onde eu possa realizar o passo número um do plano. Não me dei ao trabalho nem de procurar pela balada, entrei em qualquer lugar que parecesse ter “as garrafas cheias e as mulheres vazias”. Depois de ter entrado na maldita baladinha, tomado algumas cervejas, fumado alguns cigarros e ter deixado pelo menos algum vestígio branco no meu nariz, encontrei a vítima perfeita. Aparentava ter uns 26 a 29 anos. Solteira, cabelos no ombro encaracolados, seios fartos e, na minha opinião a melhor parte, completamente embriagada, vocês sabem o que isso quer dizer, amiguinhos? Menos esforço, mais dinheiro. Fui até lá para estabelecer o primeiro contato.

- Opa, boa noite, meu bem, não pude deixar de vir aqui e lhe fazer essa pergunta, sei que é muita cara-de-pau da minha parte, mas você tem um cigarro pra me dar? – essa sempre funciona.

- Claro, meu querido, mas o que eu ganharia em troca pra lhe dar um cigarro? – essa foi muito nova, elas normalmente tentam se esquivar e fugir. Começo muito bom.

- Meu bem, depende muito mais de você do que de mim. Por que não me diz você, o que você gostaria de ganhar em troca de um cigarro? – esse jogo de perguntas estava me dando nos nervos.

- Bem, pra começar um orgasmo.

- Como?

- Meu nome é Brunna e orgasmo é uma bebida, seu cafajeste – disse-me com um ar de superioridade, safadeza e atrevimento. Por alguns segundos pensei até em não matá-la, até tentei, mas isso são coisas tão complicadas de se prometer.

Confesso que Brunna poderia ser realmente a mulher da minha vida, mas provavelmente ela não ia aceitar um determinado hobbie em mim. Depois de muita conversa ficamos completamente embriagados e, como pré-determinado na primeira etapa do plano, adorava a boa e velha branquinha. Saímos da boate no intuito de andar pela cidade atrás de algo novo pra se fazer. Concordei com o plano porque, enfim, eu estava procurando exatamente isso. Sugeri-lhe a idéia de ir à minha casa para ouvir um pouco do bom e velho Hendrix tomando umas cervejas, fumando alguns cigarros, mas o argumento fatal foi a branca, que tinha acabado. Ela inocentemente aceitou. Pobre moça.

Chegamos em casa e depois das cervejas, cigarros, tiros e contatos físicos ligeiramente excitantes, levei-a ao quarto de abate. Quando comecei a despi-la, confesso que fiquei bastante excitado, mas isso não é algo para se ter vergonha, é? Resolvi que deveria primeiro foder aquela bela moça antes de concluir o plano.

Já estava até desistindo de executar o plano, mas Brunna começou a ficar carinhosa de um jeito que me dava um certo asco e aí eu me senti na obrigação de acabar com aquilo. Foi até bom ela tê-lo feito, me devolveu a vontade de por a Operação Hímen em prática, e de maneira mais violenta que nunca. Comecei a fazer umas carícias na sua cavidade entre - pernas pra ver se ela voltava a abri-las e, conforme eu imaginei, elas abriram.

Conseguia ver bem e, num movimento rápido, peguei a Retalhadora, que estava embaixo do colchão, e comecei a esfaqueá-la a buceta. Uma, duas, três, quatro. Pra mim pareceram apenas duas, mas quando me acalmei vi que devo tê-la esfaqueado umas nove ou dez vezes. Claro que naquele estado que eu me encontrava a minha mira não estava perfeita, de forma que a acertei o ventre todo. Não sei por qual razão, mas as minhas vítimas do sexo feminino sempre ficam mais atraentes depois que eu as mato. Será que seria um castigo de Lilith? Claro que não, quanta ingenuidade da minha parte. Já me convenci que não estou no grupo das pessoas extremamente doentes. Depois de chegar a essa conclusão, comecei o meu serviço carnal mais uma vez. Lembrei-me de um dos contos do Marquês de Sade e resolvi me divertir um pouco com os novos buracos que eu tinha feito também. Foi uma das melhores fodas da minha vida. Vale ressaltar a trilha sonora em que tudo isso ocorreu mais uma vez: Hendrix. Ele tem uma ótima música de fundo pra esses momentos.

Terminado o ato, acendi um cigarro, peguei o celular e disquei o número um dos favoritos.

O telefone chama.

E chama.

E chama...

- Alô – com voz de quem está sob efeito de estimulantes.

- Diga lá, meu querido, Carlitos, tenho um serviço pra ti, cara...




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