quinta-feira, 15 de julho de 2010

Inutilidades Etílicas...



Sinto-me fraco. Derrotado. Sinto que não tenho mais forças para continuar. Hoje estou completando 216 horas sem beber. É apenas o começo, ainda me restam 552. Caralho! Não sei mais o que posso fazer. Impressionante como sempre que eu abro a geladeira, lá estão elas, gritando meu nome de forma tão ensurdecedora. "Beba-me, campeão, beba-me agora", "Me use agora". Preciso tirar essas vozes da minha cabeça. Correção. Preciso de um método alternativo pra tirar essas vozes da minha cabeça, o método antigo é muito eficiente, mas me está vetado por uma maldita cirurgia corretiva de buco-maxila. Inferno, não, meus caros?

Enfim, não devo reclamar para vocês tal fato. Tanto tempo tem que não venho e quando o faço venho cheio de reclamações monótonas e inúteis? Vocês não o merecem, meus queridos.

Mas hoje até que foi um dia bom. Oh, meus caros não-leitores, hoje ocorreu algo que a muito não acontecia. Adivinhem, adivinhem: apaixonei-me! Ah, depois de semanas sem essa sensação maravilhosa, volto a sentir essa chuva de orvalho doce que nem garapa de cana. Oh, meus caros, junto com o leve gosto doce da paixão vem o suave gosto da rejeição. Tão divinamente perfeito. É isso o que nos torna verdadeiros deuses. Nós somos os verdadeiros deuses, capazes de elevar-nos aos céus por um simples olhar, um sorriso, um som, um timbre de voz e ao mesmo tempo capazes de descer às profundezas do abismo por um simples franzir de testa ou jeito de caminhar. Digo-lhes, meus caros, que essa volúpia sentimental é o que mantém meu coração teimoso palpitando. Teimoso. Teimoso como uma viúva que insiste em acreditar que o marido irá voltar da guerra ou do mar tortuoso. Ah, travor. Travor tão amargo. Travor tão doce. Travor tão louco. Se não o fosse não teria a menor graça.

Tá bom, chega. Tô poético de mais hoje. Isso é chato, principalmente quando não se pode render às vozes na sua cabeça.
Enfim, vou-me por hora, meus caros leitores imaginários.
Um abraço a todos e todas.
Por trás, claro.


A abstinência está me matando. Mais enlouquecedora que um vício, mais incapacitante que uma overdose.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Eu tive uma excelente reação a essa analogia. Adoro nossas escarradas \o/

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  3. Não consigo parar de ler de alguma forma sinto que lendo te descubro mais >.<

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